Aplicações para os nanorrobôs

Utilizados da maneira apropriada, os nanorrobôs serão capazes de tratar doenças e males do hospedeiro. Como seu tamanho significa que podem carregar somente pequenas cargas de medicamentos ou equipamentos, muitos médicos e engenheiros acreditam que a aplicação precisa dessas ferramentas será mais eficaz do que os métodos tradicionais. Por exemplo, um médico pode injetar um antibiótico em um paciente por meio de uma seringa para ajudar seu sistema imunológico. O antibiótico dilui enquanto viaja pela corrente sanguínea do paciente, fazendo com que somente uma parte chegue ao ponto de infecção. No entanto, um nanorrobô - ou vários nanorrobôs - poderia viajar diretamente até o ponto de infecção e depositar uma pequena dose de medicação. O paciente possivelmente sofreria menos efeitos colaterais com a medicação.

Muitos engenheiros, cientistas e médicos acreditam que as aplicações para os nanorrobôs são infinitas. Veja abaixo alguns dos usos mais prováveis.

  • Tratar a arteriosclerose: doença em que placas se formam nas paredes das artérias. Os nanorrobôs poderiam tratar este problema removendo as placas que seriam então lançadas na corrente sanguínea.

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    Nanorrobôs podem tratar doenças como a arteriosclerose removendo as placas das paredes das artérias

  • Romper coágulos de sangue: os coágulos podem causar complicações que vão desde a necrose muscular a um derrame cerebral. Os nanorrobôs poderiam viajar até o coágulo e rompê-lo. Essa é uma das aplicações mais perigosas para os nanorrobôs - orobô deve ser capaz de remover o bloqueio sem perder pedaços de sua estrutura na corrente sanguínea, que poderiam ir parar em outro lugar do corpo e causar mais problemas. O robô também deve ser pequeno o bastante para não bloquear, ele próprio, o fluxo de sangue.
  • Combater o câncer: os médicos esperam usar os nanorrobôs para tratar pacientes com câncer. Os robôs poderiam atacar diretamente os tumores usando lasers, microondas ou sinais ultra-sônicos, ou poderiam fazer parte de um tratamento de quimioterapia, depositando a medicação diretamente no local canceroso. Os médicos acreditam que ao dar ao paciente doses pequenas, porém precisas de medicação, os efeitos colaterais serão minimizados sem que o medicamento perca a eficácia.
  • Auxiliar na coagulação do sangue: um tipo particular de nanorrobô é o coagulador mecânico ou plaqueta artificial. O coagulador mecânico carrega uma pequena rede que se dissolve e vira uma membrana adesiva ao entrar em contato com o plasma sanguíneo. Segundo Robert A. Freitas Jr., que criou o coagulador mecânico, a coagulação seria até mil vezes mais rápida do que o mecanismo natural de coagulação do organismo [fonte: Freitas (em inglês)]. Os médicos poderiam usar coaguladores mecânicos para tratar hemofílicos ou pacientes com ferimentos sérios.
  • Remover parasitas: os nanorrobôs poderiam travar uma micro-guerra contra bactérias e pequenos parasitas dentro de um paciente. Pode ser necessário ter vários nanorrobôs trabalhando juntos para destruir todos os parasitas.
  • Tratar a gota: a gota (em inglês) é uma doença em que os rinsperdem a capacidade de remover da corrente sanguínea as impurezas resultantes da quebra de gorduras. Essas impurezas, às vezes, cristalizam em pontos próximos de articulações como as dos joelhos e as dos calcanhares. As pessoas que sofrem de gota têm dores intensas nessas articulações. Um nanorrobô poderia quebrar as estruturas cristalinas nas articulações, aliviando os sintomas, apesar de não ser capaz de reverter a doença permanentemente.
  • Quebrar pedras nos rins: pedras nos rins causam dores intensas e, quanto maior a pedra, mais dificuldade ela tem de sair. Os médicos quebram pedras grandes usando freqüências ultra-sônicas, o que nem sempre é eficaz. Um nanorrobô poderia quebrar pedras nos rins usando um pequeno laser.

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    Nanorobôs podem carregar
    pequenos geradores de sinais de ultra-som para
    aplicar freqüências diretamente nas pedras nos rins

  • Limpar ferimentos: nanorrobôs poderiam auxiliar na remoção de sujeira de ferimentos, diminuindo a probabilidade de infecção. Seriam úteis principalmente em casos de perfuração, que tornam mais difícil o tratamento pelos métodos convencionais.

Na próxima seção, falaremos sobre como os nanorrobôs vão navegar pelo sistema circulatório.